Aprendendo
sempre
Irmão Hugo Bruno Mombach, FSC (*)
Convite aceito para ser colunista
do jornal Tribuna Livre
Como resultado da visita que fiz aos primos Cláudio e Jussara Feiden nos
primeiros dias de janeiro ao escritório da Imobiliária
Atlanta Bela Vista, além de outras frentes de atuação, também responsável
pelo semanário Tribuna Livre, veio o
convite para colaborar no jornal com uma coluna semanal ou quinzenal. Em
resposta ao Cláudio, falei: “Você se antecipou. Eu ia lhe perguntar se eu poderia
escrever no jornal onde sua irmã é diretora. Convite aceito”.
Então, “bora lá”, como falam os jovens dos novos tempos. O título geral
está lá no alto da coluna, que estou retomando, pois a criei e mantive nas duas
últimas décadas do século passado em dois jornais semanais, um em Carazinho/RS
(Diário da Manhã) e outro em Medianeira/PR (Mensageiro).
Ao dar título à minha coluna – “Aprendendo
sempre” – me inspirei num ditado popular que meu pai José Augusto Mombach
repetia seguidas vezes: “Man wird alt wie
eine Kuh, aber lernt immer noch dazu” (A gente envelhece como uma vaca, mas
sempre aprende algo novo). E nos dias atuais esse dito se torna cada dia mais
atual, real e verdadeiro.
Renovação é a palavra de
ordem para a vida consagrada
“Renovação: esta é a palavra de ordem quando o assunto é a vida
consagrada”
(Cardeal brasileiro em Roma para o Vatican News).
Na 1ª semana
de janeiro corrente o Cardeal João Braz
de Aviz, atual prefeito da Congregação para os Institutos de
Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica no Vaticano e
Arcebispo-emérito de Brasília, fez um balanço do ano que passou, anunciando três
grandes eventos para 2020: a) um encontro mundial sobre o diálogo entre os
carismas históricos e atuais; b) um congresso internacional em Ávila, na Espanha,
para os Institutos Seculares; c) e um encontro mundial sobre a Ordem das
Virgens. Em entrevista ao Vatican news, o Cardeal Braz de Aviz afirmou: “Nós
estamos num momento da vida consagrada de repensamento: os carismas dados à
Igreja são dons, têm um valor e um sentido em si muito grande, seja os carismas
históricos, seja os novos carismas que estão chegando”.
Ao
referir-se aos carismas históricos, Braz
de Aviz sinalizou que “todo o problema é a sua renovação. Hoje, a questão da
abertura ao diálogo com a cultura deste momento é fundamental, mas sem perder
neste diálogo os valores típicos da vida consagrada: o seguimento de Cristo – ponto
fundamental da formação na vida consagrada –, o seguimento do carisma dos
nossos fundadores, e esta capacidade constante de se renovar, dialogando com a
cultura do momento”.
E como é que se faz ou se precisa fazer isso? – É nossa
pergunta imediata e prática. Braz Aviz explica: “O fundador viveu num outro
momento histórico, que agora nós temos que atualizar. Isto é feito através da
atualização das constituições, dos novos diretórios para a vida consagrada,
feito sempre à luz do Concílio Vaticano II e do magistério atual. Este caminho
os carismas antigos precisam fazer. Os carismas novos têm muito mais
facilidade, seja em vocações, seja em presença no mundo de hoje; mas o que lhes
falta muitas vezes é uma consolidação da experiência. Há uma experiência muito
jovem, nova, que precisa ser consolidada; porque, se ela não tiver as
características verdadeiramente da vida consagrada, ela não vai subsistir, não
vai ter força para seguir em frente”.
E qual é o terceiro ponto que Vossa Eminência
anunciou no começo da sua fala? Perguntamos nós junto com o jornalista do
Vatican News. O Cardeal Braz Aviz responde: “É o diálogo entre essas duas
realidades. Penso que tudo isso está crescendo, mas é preciso que a gente se
abra para isso, crie a mentalidade do homem universal, da mulher universal que
dialoga, que abre, que compreende, não em vista de ter mais espaço para o seu
carisma, mas em vista de um aprofundamento da própria experiência, seja
espiritual, seja carismática. Eu acho que este processo está acontecendo
devagar na Igreja. E num processo de maior transparência, de maior testemunho,
de um testemunho mais comunitário”.
Hemorragia
da vida consagrada
Finalizando
sua fala, Dom João Aviz manifestou também a preocupação de seu Dicastério com o
alto número de abandonos na vida consagrada que se verifica em todas as
congregações religiosas.
“Onde está o
problema, por que não há esta fidelidade que continua até o final, que pára no
meio da consagração? Estamos preparando inclusive um documento nesta direção
para que a gente possa aprofundar. O Papa chama este fenômeno, que é bastante
amplo, de ‘hemorragia’. Não é bom, é algo que não está bem centralizado e
precisamos ver suas causas e encontrar remédios”.
Pra começar, seria essa minha provocação na
retomada da minha coluna nesse jornal da minha terra natal. Nas próximas
colunas podemos continuar a conversa, aplicando a temática a outras realidades
de nossas instituições sociais, políticas, religiosas e educacionais. É pano
pra muita manga!
(*) Irmão Hugo Bruno Mombach é religioso lassalista há 54 anos e jornalista
profissional (Reg.4065 DRT/RS)
Publicada dia 17 de janeiro de 2020
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