quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Bonita fala de Madre Teresa de Calcutá a um jornalista italiano

Desejo voltar para casa
Terça-Feira, 6 de Setembro de 2011
Dom Murilo S. R. Krieger, scj, arcebispo de São Salvador da Bahia-BA
A Cidade de Salvador conta com duas comunidades das Irmãs Missionárias da Caridade, popularmente conhecidas com o nome de Irmãs de Madre Teresa de Calcutá. Como em muitos outros lugares do mundo, também aqui elas se dedicam aos mais pobres. Visitando-as, pude perceber sua alegria e simplicidade, cuja fonte é o desejo de saciar a sede que Cristo manifestou no Calvário. Sabem que aquela sede era, acima de tudo, de almas. Jesus não queria que ninguém se perdesse. Sabem, também, que só o amor pode transformar o mundo. Aprenderam isso no Evangelho; aprenderam isso com o testemunho dado por sua mãe e mestra Teresa. As visitas que fiz a essas irmãs me fizeram lembrar o depoimento de um jornalista italiano, Renzo Allegri, dado enquanto Madre Teresa ainda estava viva.
Por quase trinta anos esse jornalista viajou pelo mundo todo. Encontrou-se com professores universitários, com santos, assassinos, chefes de estado, criminosos, artistas, prêmios Nobel etc. Encontrou-se, também, e várias vezes, com Madre Teresa. Chegou a viajar com ela. Em uma dessas viagens, mantiveram uma conversa que o marcou profundamente.
Era o ano de 1986. Madre Teresa tinha sido internada várias vezes em hospitais, por problemas do coração, e submetida a intervenções cirúrgicas delicadas. Certo dia, o jornalista pediu-lhe que ela lhe falasse de suas atividades na Índia e de sua congregação que estava se expandindo pelo mundo inteiro. A religiosa se mostrou cheia de energia e decidida a continuar viajando pelo mundo, para visitar e animar as comunidades que fundara. Tendo em vista a fragilidade de sua saúde, o jornalista lhe perguntou, de repente: “Madre, a senhora tem medo de morrer?"
Madre Teresa olhou-o nos olhos por alguns instantes. Talvez não esperasse aquela pergunta. De repente, ela lhe perguntou: “Onde o senhor mora?” Ele lhe respondeu: “Em Milão”. “Quando voltará para a sua casa?”, perguntou-lhe a madre. “Espero voltar hoje mesmo, à noite. Gostaria de tomar o último avião e assim amanhã, que é sábado, poderei estar com minha família.” Madre Teresa, então, comentou: “Vejo que o senhor está feliz de voltar para sua casa e poder ficar com sua família”. “Sim”, disse-lhe o jornalista. E completou, tentando justificar seu entusiasmo: “Faz quase uma semana que estou viajando por aí”. “Muito bem”, acrescentou a religiosa. “Está certo que o senhor esteja contente. Vai rever sua esposa, suas crianças, seus entes queridos, sua casa. É justo que seja assim.” Ficou alguns instantes em silêncio, e prosseguiu: “Pois bem, eu estaria contente como o senhor, se pudesse dizer que esta tarde vou morrer. Morrendo, eu iria também para minha casa, iria ao paraíso, iria ver Jesus. Eu consagrei minha vida a Jesus. Tornando-me religiosa, fiquei sendo a esposa de Jesus. Veja, tenho também a aliança, como as mulheres casadas. Mas estou casada com Jesus. Tudo que faço aqui, nesta terra, faço-o por amor a Ele. Portanto, morrendo, voltaria para casa, para meu esposo. Além disso, lá no paraíso encontraria também todos os meus entes queridos. Encontraria milhares de pessoas que morreram em meus braços. Já faz mais de quarenta anos que dedico minha vida aos doentes e moribundos. Eu e minhas irmãs recolhemos pelas estradas, sobretudo na Índia, milhares e milhares de pessoas no fim da vida. Nós as levamos para nossas casas e as ajudamos a morrer serenamente. Muitas daquelas pessoas morreram em meus braços, enquanto eu sorria para elas e acariciava seus semblantes moribundos. Pois bem, quando eu morrer, irei ver todas essas pessoas. Estão lá me esperando. Eu as amei naqueles últimos momentos difíceis e continuo querendo-lhes bem na lembrança. Quem sabe como vão me festejar quando nos revermos? Como posso ter medo de morrer? Eu desejo a morte e a espero, porque finalmente me permitirá voltar para casa.”
O jornalista confessou nunca ter ouvido Madre Teresa de Calcutá falar tanto e com tanto entusiasmo. Ela, geralmente, era sintética nas respostas. Naquela ocasião, para responder à sua pergunta, tinha feito um autêntico discurso. Um claro e contundente discurso que dá o que pensar.
Pastoral da Comunicação: pascom@paroquiasantoafonso.org.br

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Como vivem as pessoas simples em Moçambique


Admiração e assombro ao chegar a Guiúa
Num olhar desarmado, encontra-se uma indumentária simples e modesta que esconde algo mais. É o moçambicano que recebe, que sorri, como se vivesse sempre no corpo de uma criança e que acolhe estranhos como irmãos.
O brilho nos olhos e a espontaneidade são uma constante que descreve a aparência humilde num interior profundo que, mesmo repleto de cicatrizes e esculpido pelas heranças coloniais, ainda abraça o desconhecido e o recebe de braços abertos. Seria ousado dizer que entramos no coração da população da mesma maneira que ela entra em nosso coração. Essa confiança é uma luta que vamos travando diariamente, à espera, talvez, de tocar alguém no coração da mesma maneira que eles tocam no nosso.
Aqui a religião, seja ela qual for, tem outra cor, outro sentido que se foi perdendo na Europa moderna e globalizada. Mais do que os dogmas ou crenças, a palavra de Deus toca o ser humano na linguagem que ele percebe, que ele recebe sem vocabulários cuidados e que interioriza, conduzindo a uma filosofia de vida e a refletir os valores que retira dos credos que professa.
África não precisa de coisas caras ou tecnologias mais avançadas para ser feliz. O consumismo que oferece alegrias efêmeras nos continentes de “primeiro mundo” não faz falta aqui. África precisa, sim, de viver mais, de ter a longevidade para aspirar a algo mais, para ter um sorriso durante mais tempo e de chorar menos o fardo da mortalidade. Acabar com os “pensos rápidos” e tratar a enfermidade como se fosse ela mesma nossa. Pensarmos que tudo aqui é mais vagaroso é fruto do esquecimento do sabor de viver duma forma em que o tempo pára e tudo se desfruta em câmara lenta.
A beleza natural envolve-nos em todos os olhares, em todos os sítios em que paramos. Desde a imensidão das palmeiras e do mar imenso aos sorrisos naturais e espontâneos das crianças que caminham de pés descalços na terra vermelha. Vir à África é reaprender a viver, é voltar a nascer, é ver com o coração. Aqui as palavras do “principezinho” traduzidas em tantas línguas têm o sentido que procuramos a vida inteira: “Só se vê bem com o coração; “o essencial é invisível aos olhos”.
Fonte: http://www.paroquiasantoafonso.org.br

domingo, 15 de maio de 2011

Boa dica de saúde e longevidade

Saúde e Longevidade
A Saúde não é algo estático, um ponto final a ser alcançado e, sim, um estado dinâmico, de equilíbrio no qual o bem-estar físico, mental, social e espiritual são experimentados em plenitude. Para que isto ocorra, devemos ter com nossa saúde um cuidado contínuo que se reflita em nossas ações, hábitos, pensamentos e sentimentos. O foco de atenção na saúde deve permear nossa vida, como um investimento cujo retorno se dá a cada momento e nos permite usufruir da vida em abundância.
É possível chegar aos 80 anos e, além disto, com saúde e qualidade. Atualmente, a expectativa de vida vem aumentando, mas, ainda há falta de educação para saúde e um cuidado maior para que a longevidade seja vivida com ela.
A medicina e a psicologia convencionais ainda priorizam o tratamento das doenças já instaladas ao invés de investir na prevenção e na promoção da saúde.
Um exemplo disso foi apresentado em um trabalho da Universidade de Oxford que demonstrou que três fatores de risco, o tabagismo, a dieta inadequada e o sedentarismo são responsáveis por quatro doenças crônicas: o diabetes melitus, as doenças cardiovasculares, as doenças pulmonares e alguns tipos de câncer, que em 1990 eram responsáveis por cerca de 50% das mortes e, em 2020, serão responsáveis por cerca de 70% das mortes no mundo.
O mais assustador e que suscita reflexões é que estes três fatores de risco são componentes do nosso estilo de vida, ou seja, nós escolhemos como iremos nos alimentar, se iremos ou não fumar e praticar atividade física regular e isto determinará nossa saúde no futuro.
Uma outra pesquisa da Universidade de Stanford mostra que quanto aos fatores que determinarão nossa saúde após os 65 anos, 20% dependem do meio ambiente, 17% da nossa genética, 10% da assistência médica e 53% do nosso estilo de vida, o que nos coloca numa posição de responsabilidade pela vida que queremos e iremos experimentar na nossa velhice.
Com o passar dos anos, nosso corpo vai diminuindo seu potencial de responder às agressões do mundo perdemos massa óssea, muscular, percebemos a diminuição das respostas fisiológicas, metabólicas e imunológicas, da flexibilidade física e mental, porém este processo será mais ou menos acentuado dependendo do estilo de vida que levarmos, não sendo igual para todas as pessoas. Parte do processo depende de nossos genes, e parte é epigenético, ou seja, vai além do genético, dependendo diretamente do estilo de vida que escolhemos ter.
A alimentação saudável, que priorize o equilíbrio entre proteínas, carboidratos e lipídios e que nos mantenha numa zona de equilíbrio antiinflamatório, a atividade física regular que fortaleça nossos músculos, tendões, ossos e mantenha a flexibilidade e agilidade, o gerenciamento do estresse através de técnicas como a Meditação, o sono restaurador, as boas e enriquecedoras relações interpessoais, a manutenção da atividade mental através da leitura e de novos aprendizados; viver sua missão pessoal, seu projeto de vida, conectado à espiritualidade, tratar-se através de especialidades que busquem a prevenção e a promoção da saúde, a homeostasia, ou equilíbrio dinâmico de nossas funções como a homeopatia, a acupuntura, a reposição de vitaminas e minerais através da ortomolecular; são, dentre outros, os principais métodos para retardar o envelhecimento e proporcionar saúde e qualidade de vida em qualquer idade.
A independência pessoal é um dos seis domínios da qualidade de vida, os outros são a saúde física, a saúde psicológica, os relacionamentos interpessoais, o meio ambiente e a espiritualidade. Manter a disposição, o dinamismo e a independência será consequência da vida que levarmos desde a juventude.
Escolhendo um estilo de vida condizente com a saúde e a qualidade de vida, temos a possibilidade de viver mais e melhor; faça sempre as melhores escolhas para você, pensando e refletindo a longo prazo quais serão as conseqüências de seus atos de hoje.
Mantenha-se sempre em movimento, físico e mental, exerça a curiosidade de criança, tenha fome e sede pelo conhecimento e pelo crescimento por toda sua vida. Tenha bom humor e vivencie boas emoções, a abertura para o novo e para as pessoas. Ajude aos que necessitam, mantenha-se conectado à espiritualidade.
Mantenha seu espírito jovem e seu corpo irá acompanhá-lo. Sintonize com a prosperidade e abundância do Universo e agradeça sempre, pois a vida vale a pena ser bem vivida.