segunda-feira, 7 de setembro de 2020

 Aprendendo sempre

Irmão Hugo Bruno Mombach, FSC (*)

Colégio La Salle Águas Claras atua há 20 anos em Brasília

Alunos do colégio La Salle de Águas Claras receberam, na manhã de sexta-feira, 21 de fevereiro passado, a visita do vice-governador Paco Britto durante cerimônia comemorativa de nomeação dos representantes de turma dos Ensinos Fundamental 2 e Médio da instituição.

O Colégio La Salle Águas Claras está celebrando 20 anos de atuação educativa na cidade. E também o projeto Liderança, que visa “garantir a efetivação de uma cidadania ativa e participante na construção de uma escola democrática”. O colégio tinha 65 alunos quando foi inaugurado, em fevereiro do ano 2000. Atualmente, são mais de 2,6 mil matriculados na unidade de Águas Caras, região administrativa que nasceu como bairro de Taguatinga em dezembro de 1992.

Aluna do 8° ano no período vespertino, Carolina Milena Jaeger leu o juramento em nome de seus colegas. Entre outras colocações, Carolina destacou a responsabilidade de exercer uma liderança positiva e a união do grupo. “Ao chegar a mais essa etapa da minha caminhada escolar, como representante de turma, assumo o compromisso de ser uma cidadã digna e honrada”, anunciou a estudante, que também falou sobre a importância da fé e da vivência dos valores morais, incluindo a solidariedade com o próximo.

Dirigindo-se aos jovens, Paco Britto falou sobre a responsabilidade de serem líderes: “Momentos como este são primordiais para o exercício da cidadania e os tornam conscientes de sua participação na sociedade. Liderar não é impor; é fazer acontecer e despertar essa vontade nos outros, e extrair deles o melhor que eles têm”, explicou Paco, após contar sua própria trajetória como pai de três filhos e empresário premiado. “Tem que ter educação, e esta vocês vão levar para seus filhos e netos, pois o conhecimento ninguém rouba de vocês”, finalizou.

Para o diretor do colégio La Salle, Ir. Eucledes Casagrande, o fato de os alunos aceitarem a missão de serem representantes de turma “é uma mostra de generosidade, já que a atualmente a sociedade valoriza o individualismo”. Encorajando os líderes de turma de 2020, o diretor os comprometeu: “Conto com vocês para continuar a história do colégio como referência em educação no Distrito Federal”.

Fonte web: https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/2020/02/21/colegio-religioso-celebra-20-anos-e-projeto-de-lideranca-em-aguas-claras/

(*) Irmão Hugo Bruno Mombach é religioso lassalista desde 1966 e jornalista profissional (Reg.4065 DRT/RS).

Publicada no jornal “Tribuna Livre” de Santo Cristo/RS dia 29 de maio de 2020.

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Irmão Hugo Bruno Mombach, FSC (*)

Professora lassalista fala sobre Dia da Língua materna Portuguesa

No Brasil, a data de 21 de fevereiro é dedicada ao Dia Nacional da Língua materna Portuguesa.

Em entrevista ao site do oeste catarinense “Lance Notícias” para comentar a efeméride, a Profª Carla Gasparetto destacou: “Nossa língua materna é uma das mais faladas no mundo e não deixa de ser também uma forma de empoderamento do país e de sua população. Então, preservar sua essência é importante para que ela não se perca”.

A professora de língua portuguesa Carla Amélia Strehl Marques Gasparetto é formada em Letras na Universidade de Passo Fundo (UPF). Há 25 anos ela leciona Língua Portuguesa no Colégio La Salle de Xanxerê, no oeste de Santa Catarina.

Carla comentou também que “os estudiosos de hoje em dia falam que é preciso adequar a língua portuguesa ao lugar onde estamos, ou seja, se este é mais formal ou não, pois ela revela o que fomos e o que somos”. E acrescentou: “A língua materna é parte de nossa cultura; então precisamos cuidar para que ela se mantenha viva. Porque quem transforma a língua, no decorrer da história, somos nós”.

Finalizando a entrevista, Carla Gasparetto alertou aos estudantes concluintes do Ensino Médio: “A nossa língua materna é muito importante para nossa identidade. Ela faz com que percebamos a necessidade de valorizá-la, principalmente quando chegamos ao mercado de trabalho. Porque conhecer realmente nossa língua é uma forma de revelar nossa identidade”.

Nosso idioma tem sua origem em Portugal, e são nove os países que têm o Português como idioma oficial. São eles, em ordem alfabética: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Os cinco países grifados em itálico se encontram no continente africano.

Fonte web: https://lancenoticias.com.br/noticia/professora-de-portugues-fala-sobre-o-dia-da-lingua-materna/

Fonte web: https://kotter.com.br/de-jornalista-a-youtuber/

(*) Irmão Hugo Bruno Mombach é religioso lassalista desde 1966 e jornalista profissional (Reg.4065 DRT/RS).

Publicada no jornal “Tribuna Livre” de Santo Cristo/RS dia 22 de maio de 2020.

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Irmão Hugo Bruno Mombach, FSC (*)

Como promover a escuta dos estudantes em 2020

Gestores compartilham como redes estaduais de Educação mobilizaram jovens a refletirem sobre a escola dos sonhos e o novo Ensino Médio.

Num período de implementação de políticas educacionais e de mudanças no Ensino Médio, promover a escuta dos estudantes é um passo fundamental para apoiar a tomada de decisões. Isso inclui o planejamento de atividades, a adoção de novas práticas pedagógicas, e tópicos mais complexos, como o currículo e a organização escolar.

Para apoiar gestores e educadores que desejam promover a escuta dos estudantes em 2020, o site brasileiro sobre inovações em Educação “Porvir” conversou com representantes de secretarias estaduais de Educação que participaram da 3ª edição da pesquisa “Nossa Escola em (Re)Construção”, que em 2019 ouviu 258.680 estudantes de 11 a 21 anos de todo o Brasil.

Através da ferramenta de escuta online e gratuita promovida pelo Porvir, em parceria com a Rede Conhecimento Social, 8 secretarias estaduais de Educação (Acre, Alagoas, Mato Grosso, Roraima, Santa Catarina, São Paulo, Tocantins e Distrito Federal) ouviram as percepções e demandas dos jovens em relação ao Novo Ensino Médio. Os estudantes falaram também do desenvolvimento integral, da interação com os professores e outros profissionais, do uso de tecnologia e do desejo por mais participação nas decisões da escola.

A partir de exemplos de redes que aplicaram referida pesquisa, surgiram 5 boas dicas de como mobilizar os estudantes para dar início a esse processo de escuta. Aqui destaco três delas que considero importantes:

1.    Entrar em contato com representantes das escolas por e-mail e telefone: O contato direto com escolas (por e-mail ou telefone) e as redes sociais foram caminhos utilizados pela Secretaria de Educação do Mato Grosso para mobilizar os estudantes, que alcançou mais de 18 mil respostas.

2.    Mobilizar estudantes do grêmio estudantil para dar início ao processo de escuta: Em Alagoas, a mobilização para a escuta dos jovens aconteceu com o apoio dos próprios estudantes através dos grêmios estudantis. “Esses estudantes foram agentes de mobilização. Nós os colocamos como protagonistas. Era o grêmio que estava ali conduzindo aquele processo de escuta para entender o que o estudante desejava para a escola e como ele gostaria que fosse o ensino médio”, conta Laura Souza, secretária-executiva de Educação de Alagoas.

3.    Incentivar o uso de dispositivos móveis: Essa estratégia foi adotada na Secretaria de Educação do Acre, que estimulou o compartilhamento do link com o questionário entre os estudantes. “Toda a mobilização envolveu uma estratégia bem articulada entre a secretaria e as escolas”, menciona Luís Carlos da Silva, chefe da divisão de Ensino Médio da Secretaria Educação acreana. Nesse processo, as escolas também separaram alguns equipamentos e computadores para viabilizar a participação de estudantes que não tinham celular.

A pesquisa incentiva que os estudantes façam escolhas, tenham coautoria e se tornem corresponsáveis na busca por soluções em prol da transformação das suas escolas e da comunidade onde vivem.

Fonte web: https://porvir.org/como-promover-a-escuta-dos-estudantes-em-2020/

(*) Irmão Hugo Bruno Mombach é religioso lassalista desde 1966 e jornalista profissional (Reg.4065 DRT/RS).

Publicada no jornal “Tribuna Livre” de Santo Cristo/RS dia 15 de maio de 2020.

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Irmão Hugo Bruno Mombach, FSC (*)

“Fake news” e Vocação

Desde meados de março, quando iniciou o “distanciamento social” imposto pelo Coronavírus, nossas instituições lassalistas continuam trabalhando ativamente, mas de uma forma bem diferente. Equipes diretivas, comissões, servidores, professores, alunos e suas famílias realizam seu trabalho de forma virtual em suas casas, usando as novas tecnologias do mundo digital.

No final de março, a Comissão de Pastoral Vocacional da Província La Salle Brasil-Chile deu início a uma iniciativa já pensada no ano passado, mas ainda não levada à prática. É a chamada “Roda de Conversa” sobre um tema vocacional, voltada para vocacionados, familiares, Colaboradores, Irmãos, formandos e pessoas interessadas. Assim, desde dia 27 de março realizamos todas as sextas-feiras, às 16h (horário de Brasília), as “Rodas de Conversa” virtuais por meio do aplicativo “Google Meet” (vídeo-chamada).

Nessa “Roda de Conversa”, após breve oração inicial, uma pessoa convidada faz uma introdução de uns 10 minutos sobre o tema indicado. No final da sua fala, lança algumas questões motivadoras e a pessoa que coordena abre para a conversa (partilhas, comentários e esclarecimentos). Na reunião virtual do dia 8 de maio coube a mim falar do tema “Fake news e Vocação”. Na minha coluna de hoje partilho com os leitores apenas o que apresentei sobre as “fake news”.

Mentira e corrupção são vícios antigos

Na minha fala mencionei a citação do evangelho que lemos todos os anos na segunda-feira da Páscoa, de Mt 28, 11-15. Mateus relata a “corrupção dos guardas do sepulcro” para livrá-los dum possível castigo por parte das autoridades do império romano por terem dormido durante a noite em vez de vigiar a sepultura de Jesus. “Os soldados pegaram o dinheiro e agiram de acordo com as instruções recebidas. E assim o boato se espalhou entre os judeus até os dias de hoje” (v. 15). Nessa passagem podemos observar que comportamentos antiéticos como mentira, corrupção, boatos e fofocas são práticas muito antigas. No entanto, com o advento da Internet, e mais recentemente das redes sociais, as inverdades assumiram proporções fora do comum e quase sem controle.

Como nós educadores lassalistas precisamos lidar com isso?

Acredito que faz parte da nossa missão educativa ajudar nossos educandos e suas famílias a entender o que são as “fake news”, como funcionam e como identificá-las. Isso para não cairmos na “arapuca” de repassá-las a nossos contatos pelas redes sociais até sem querer. Eu já caí várias vezes nessa “armadilha”, porque algumas delas são difíceis de identificar ou desconfiar que balelas.

Como identificar fake news? Quais suas características? E como checá-las?

Nos tempos que correm as “fake news” se disseminam com grande velocidade pelas redes sociais. Mas é também na Internet que podemos encontrar os caminhos para identificar se são fatos reais ou montagens. O criador e editor do site Boatos.org, Edgard Matsuki, identifica cinco principais características das “fake news”: são vagas (não respondem as perguntas quem, o que, quando, onde, como e por quê?), são alarmistas, contém erros de português, podem ser textos apócrifos atribuídos a pessoas famosas (como Alexandre Garcia, padre Fábio de Melo, Mário Sérgio Cortella, algum juiz ou promotor de justiça) e não citam fontes confiáveis.

Nos últimos 10 anos surgiram diversos sites de checagem de “fake news”, aos quais podemos e devemos recorrer antes de repassar para nossos contatos. Cito alguns, pela ordem como os descobri, a maioria deles com perfil no Facebook, Twitter, YouTube, Instagram e WhatsApp:

E-Farsas, criado em abril de 2002: www.e-farsas.com

Boatos, criado em junho de 2013 por Edgard Matsuki: www.boatos.org

Canal Tech: https://canaltech.com.br/canaltech/fake-news-como-voce-lida-com-este-fenomeno-120210/

Pública, Agência de Jornalismo Investigativo: https://apublica.org/

Agência Lupa: https://www.facebook.com/LupaNews/

Com o surgimento do Coronavírus, a Agência Lupa, ligada ao jornal Folha de São Paulo, está lançando “newsletter” especial diária para desmentir boatos sobre a pandemia surgida no final de dezembro passado na China. Interessados, vejam no link: https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2020/03/23/newsletter-boatos-coronavirus/?fbclid=IwAR0iSOn9U6OB0ggUEnTah18C43vvupv_cLaez_gwy7G1gL2a1EErcGxMhhY

A mesma agência criou há três anos o “LupaEducação”, um programa para capacitar qualquer pessoa em técnicas de checagem: https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2017/03/28/lupa-educacao/

(*) Irmão Hugo Bruno Mombach é religioso lassalista desde 1966 e jornalista profissional (Reg.4065 DRT/RS).

Publicada no jornal “Tribuna Livre” de Santo Cristo/RS dia 08 de maio de 2020.

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Irmão Hugo Bruno Mombach, FSC (*)

Fofoqueiros são pessoas que matam os outros

“Fiquem atentos. O fofoqueiro é um terrorista, porque com a sua língua lança a bomba”.

O Papa Francisco comentou o oitavo mandamento – “Não levantarás falso testemunho contra teu próximo” – em sua catequese semanal de quartas-feiras, dia 15.nov.2018. Aos milhares de fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro, o Pontífice explicou o significado profundo da verdade. Este mandamento ensina que não podemos falsificar a verdade em nossas relações com os outros.

Viver de comunicações não autênticas é grave, porque impede as relações e, portanto, o amor. Onde há mentira, não pode haver amor. E quando falamos de comunicação entre as pessoas não entendemos somente as palavras, mas também os gestos, as atitudes e até mesmo os silêncios e as ausências. “Uma pessoa fala com tudo aquilo que é e o que faz. Todos nós vivemos comunicando e estamos continuamente num frágil equilíbrio entre a verdade e a mentira”.

O que significa dizer a verdade? – Perguntou Francisco. É algo que vai além do nosso ponto de vista ou a revelação de fatos pessoais ou reservados. É um modo de manifestar o amor.

As fofocas matam”, recordou o Papa. “É o que disse o apóstolo Tiago na sua carta. Os fofoqueiros são pessoas que matam os outros porque a língua mata como uma faca. Fiquem atentos. O fofoqueiro é um terrorista, porque com a sua língua lança a bomba e vai embora e esta bomba destrói a fama dos outros. Fofocar é matar, não esqueçam”.

Francisco prosseguiu explicando que as palavras “Não levantarás falso testemunho contra teu próximo” pertencem à linguagem jurídica. Os Evangelhos culminam com a narração do processo, da execução da sentença contra Jesus e sua consequência inaudita. Jesus, quando interrogado por Pilatos, disse que veio a este mundo para dar testemunho da verdade.

A verdade, portanto, encontra sua plena realização na própria pessoa de Jesus, no seu modo de viver e de morrer, fruto da sua relação com o Pai. E esta existência como filho de Deus Jesus a doa também a nós. Em cada ato, o ser humano afirma ou nega esta verdade. “Eu sou uma testemunha da verdade ou sou um mentiroso fantasiado de verdadeiro? Cada um se questione”, recomendou o Papa.

A verdade não se limita a discursos, mas é um modo de existir, de viver. A verdade é a revelação maravilhosa de Deus, do seu rosto de Pai, do seu amor sem limites. Esta verdade corresponde à razão humana, mas a supera infinitamente.

E o Papa Francisco então concluiu assim sua catequese semanal: “Não levantar falso testemunho quer dizer viver como filhos de Deus, que jamais desmente a si mesmo, jamais mente, deixando emergir em cada ato a grande verdade: que Deus é Pai e é possível confiar Nele. Eu confio em Deus, esta é a grande verdade. E dessa nossa confiança em Deus Pai, de que Ele nos ama, nasce a minha verdade e o ser verdadeiro e não mentiroso”.

Fonte web: https://pt.aleteia.org/2018/11/15/papa-os-fofoqueiros-sao-pessoas-que-matam-os-outros/?fbclid=IwAR2tCZmg7VQ5URBgv8GKAkLpjSmryWd2KjOVERB0TTaKJdrD6XDOkOitDi8

(*) Irmão Hugo Bruno Mombach é religioso lassalista desde 1966 e jornalista profissional (Reg.4065 DRT/RS).

Publicada no jornal “Tribuna Livre” de Santo Cristo/RS dia 30 de abril de 2020.

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Irmão Hugo Bruno Mombach, FSC (*)

Nunca é tarde demais para mudar

Michael Rennier | Jan 13, 2019 terminar

Agora é a hora de ressuscitar as esperanças e sonhos e colocá-los em ação.

Como muitas pessoas, tenho uma pilha de papéis em minha mesa que silenciosamente me incomoda toda vez que olho em sua direção.

Atualmente, consiste papéis do imposto de renda, notificações, notas de agradecimento que precisam ser preenchidas, uma lista de tarefas e todos os tipos de anotações relacionadas ao trabalho.

Eu desenvolvi uma maneira única e eficiente de lidar com a bagunça: primeiro, eu esqueço tudo a respeito até ficar tão desatualizado que não seja mais importante. Em seguida, eu jogo tudo fora, varrendo com um movimento rápido para a lixeira. Um método horrível, eu sei, mas por alguma razão eu sou capaz de fazer as pazes com a pilha de papel e considerá-la uma causa perdida. Melhor nunca do que tarde, ao que parece.

Depois de iniciar um novo ano, alguns de nós pensarão em todos os sonhos, ambições e esperanças que tivemos e ainda não foram cumpridos. Ou talvez alguns de nós estejam tão distraídos e ocupados que o ano novo pode passar despercebido. Vai parecer tarde demais para refletir sobre o passado e tomar uma decisão para o futuro – e talvez seja melhor simplesmente esquecer os sonhos que nunca se materializaram. Mas, mesmo que os compromissos passados ​​ainda não tenham sido cumpridos, não desista e varra seus sonhos para o lixo – o velho ditado é verdadeiro: antes tarde do que nunca.

No ano passado, passei um tempo com uma amiga da faculdade chamada Melinda, que eu vejo uma vez a cada ano, e do nada ela relembrou a época em que nos visitou 10 anos atrás em Cape Cod, quando minha esposa e eu estávamos esperando nosso primeiro filho.

Minha mãe organizou um chá de bebê e Melinda foi uma das convidadas. Aparentemente, ela não trouxe um presente. “Foi o primeiro chá de bebê de que eu participei, mas, ainda assim, eu era adulta e deveria saber!”. Ela disse: “Eu nem sabia o que estava fazendo. Eu não posso acreditar. Então… desculpe?”. Minha esposa, Amber, e eu rimos quando ela contou a história. Não nos lembrávamos de ela não ter trazido presente. Para nós, não foi nenhum problema, e nosso bebê sobreviveu mesmo não recebendo um presente dela. Mas nós rimos juntos desse episódio.

Nunca é tarde demais para corrigir um erro ou abordar algo que aconteceu no passado. No ano de 2000, o Papa São João Paulo II publicamente pediu desculpas pelos pecados dos cristãos passados que agiram em nome da Igreja. O pedido de desculpas foi amplo e muitos dos eventos aconteceram séculos antes. Para ele, era melhor que o pedido de perdão fosse feito antes tarde do que nunca, embora fazê-lo em uma data tão tardia possa ter sido embaraçoso. Ele estava certo – havia uma sensação de cura que vinha com suas palavras.

Outro exemplo de melhor tarde do que nunca é a história de Shirley Shafranek, que se tornou freira em 2011 aos 59 anos de idade. Nessa idade, a maioria de nós pode pensar que o tempo para assumir novos desafios de vida já passou. A irmã Shirley até admite: “O chamado sempre esteve dentro de mim, mas eu escolhi ignorá-lo por muito tempo”. Embora fosse fácil continuar ignorando seu sonho, afirmando que ela era velha demais ou que era tarde demais, em vez disso, ela deu um passo corajoso e encontrou a felicidade.

O que quer que esteja em sua mente enquanto você olha para frente – intenções passadas não cumpridas, sonhos deixados de lado, hesitação diante de um futuro incerto – não deixe que nada o impeça.

Não há nada embaraçoso em aparecer atrasado para a festa e nada na vida é uma causa perdida. Não há momento melhor para você do que agora.

Fonte web: https://pt.aleteia.org/2019/01/13/nunca-e-tarde-demais-para-mudar-veja-como-comecar/

(*) Irmão Hugo Bruno Mombach é religioso lassalista desde 1966 e jornalista profissional (Reg.4065 DRT/RS).

Publicada no jornal “Tribuna Livre” de Santo Cristo/RS dia 24 de abril de 2020.

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Irmão Hugo Bruno Mombach, FSC (*)

Cresce audiência de rádios e TVs católicas por causa da pandemia

O distanciamento social modificou completamente a vida dos brasileiros e do mundo inteiro desde que a pandemia do Coronavírus avançou pelos países. Devido à rotina de quarentena, de ficar em casa sem poder sair, cidades completamente fechadas, incluindo comércios e igrejas, os meios de comunicação e a internet se tornaram verdadeiras companhias para enfrentar esse momento conturbado. É o caso dos católicos, que tiveram que deixar de ir às igrejas, passando a acompanhar as missas e momentos de oração pelos meios de comunicação e redes sociais.

De acordo com Geizom Sokacheski, coordenador da Signis Brasil TV e diretor de expansão, engenharia e almoxarifado da Associação “Evangelizar é Preciso”, liderada pelo carmelita Pe. Reginaldo Manzotti, o impacto dessa pandemia acabou motivando as pessoas em todo o mundo a uma busca pelo sagrado. “Elas buscam algum tipo de apoio, de ajuda. Querem voltar ou continuar a praticar uma religião”, afirma Geizom. Até o surgimento da pandemia, havia em todos os veículos de comunicação uma concorrência por audiência entre as emissoras. “Agora, com esse cenário mundial, o rádio e a TV são presença diária na vida da população de todo o mundo”, declara Geisom.

Atualmente, o Brasil conta com 9 emissoras de TV católicas (geradoras): TV Evangelizar, TV Nazaré, TV Imaculada, TV Horizonte, TV Aparecida, TV Canção Nova, TV Pai Eterno, TV Rede Vida e TV Século 21, além de centenas de emissoras de rádios católicas. Neste período de pandemia, todos esses meios de comunicação estão oferecendo pela internet um conteúdo específico para as pessoas que precisam ser amparadas, consoladas ou estão isoladas em suas casas por conta da Covid-19. Elas veem nessas emissoras um meio de estar mais conectadas ao sagrado e em comunhão com o mundo que reza pelo fim dessa pandemia. A solidão, o medo da contaminação, o cenário econômico e político assusta a todos. As igrejas de todas as religiões estão vazias, não se pode sair de casa. Todo esse movimento tem gerado resultados positivos na audiência dos canais, mesmo que não aferindo ibope nacional. De acordo com dados do Google Analytics, a estimativa é que a audiência das emissoras tenha crescido em 300% no meio digital.

“Esses aumentos são percebidos pelos telefones das emissoras que não param e em muitas tem até travado pelo excesso de volume de ligações e/ou recebimento de e-mails. Praticamente todos as emissoras relatam que tiveram de contratar mais acessos de streaming de TV e áudio para seus sites e seus aplicativos”, ressalta Geizom. Segundo ele, esse público busca na sua casa esse encontro com o sagrado. E o encontram nas emissoras católicas que desenvolveram habilidades de proximidade com o público na oração, na evangelização. E isso por que? Porque vem mantendo e melhorando alguns tópicos dentro das suas grades, num sentido humanitário, pois o divino e o humano são as pautas de todas as emissoras católicas.

“As igrejas continuam vazias, os auditórios continuam sem público, mas a fé é o elemento fundamental de proximidade das pessoas e a criatividade de estar juntos. Exemplo é a campanha iniciada no Brasil pelo padre Reginaldo Manzotti, que pediu às pessoas que enviassem fotos por e-mail para serem colocadas dentro do Santuário e de auditórios. Foram contabilizadas mais de 700.000 fotos de pessoas do Brasil, do mundo e de várias religiões que querem se sentir próximas e participativas desses momentos devocionais”, explica Geizom.

Segundo Geizom, as transmissões ao vivo e em rede, compartilhadas entre as emissoras católicas demonstram a união entre as nove emissoras católicas de TV geradoras e as centenas de emissoras de rádio do Brasil, e também emissoras de todo o mundo. Todas atuando em parceria com a CTV e o Vatican News e emissoras ligadas à Santa Sé, num relacionamento diário com a própria CNBB, que orienta e solicita apoio no atendimento das pessoas e da fé.

Fonte web: http://www.rcr.org.br/noticias/comunicacao-2/08-04-2020/cresce-audincia-de-emissoras-de-rdio-e-tv-de-inspirao-catlica-por-causa-da-pandemia

Clip de padres cantores tem mais de um milhão de visualizações

Uma música muito conhecida pelos fiéis e não fiéis brasileiros – “Um certo Galileu”, do padre Zezinho –, ganhou destaque nos últimos dias através de uma iniciativa de um grupo de padres cantores. Eles gravaram esse clássico da nossa música religiosa em plena pandemia, cada um no seu isolamento social. Padre Joãozinho Almeida, um dos articuladores desse grupo de 30 a 40 padres que evangeliza com a música através do WhatsApp, fala que esse grupo foi reunido pela CNBB anos atrás e que de vez em quando continua se reunindo. “Diante dessa situação terrível de pandemia, de clausura, de isolamento social, nós ficamos imaginando como poderíamos dar a nossa ajuda para que a pessoas realmente sentissem um alento”, disse padre Joãozinho à Rádio Vaticano.

Quem desejar mais informações sobre essa performance dos padres cantores, basta acessar o link abaixo.

Fonte web: https://www.vaticannews.va/pt/mundo/news/2020-04/clip-de-padres-cantores-tem-mais-de-um-milhao-de-vizualizacoes.html?utm_source=newsletter&utm_medium=email&utm_campaign=NewsletterVN-PT

(*) Irmão Hugo Bruno Mombach é religioso lassalista desde 1966 e jornalista profissional (Reg.4065 DRT/RS).

Publicada no jornal “Tribuna Livre” de Santo Cristo/RS dia 17 de abril de 2020.

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Irmão Hugo Bruno Mombach, FSC (*)

Bandeira de uma Igreja com rosto amazônico aponta para um longo caminho

A bandeira de uma Igreja pós-colonial, com rosto amazônico, está apontando para um longo caminho, para uma via-sacra com esperança pascal”. A afirmação é do padre Paulo Suess, em longa entrevista ao site jesuíta IHU, da Unisinos, publicada por Ricardo Machado dia 17 de fevereiro passado.

No dia 12 de fevereiro, em que se faz memória do assassinato da missionária Irmã Dorothy Stang por pistoleiros no Pará, o papa Francisco publicou a Exortação Apostólica Querida Amazônia, documento inspirado pelo Documento final do Sínodo Pan-Amazônico e na sua Carta Encíclica Laudato si’. O documento é articulado a partir de quatro eixos - sonhos – campo social (nº 8-27), cultural (nº 28-40), ecológico (nº 41-60) e eclesial (nº 61-110) – resultado, também, da escuta de mais de 86 mil pessoas. “A Exortação ‘Querida Amazônia’, em seus três primeiros capítulos, mostra uma contextualização importante da Encíclica Laudato si’ na Amazônia, mas decisões internas da Igreja católica que poderiam, na quarta parte do texto, fortalecer essa contextualização e sua bandeira ecológica e sociocultural através de uma presença ministerial plena, aguardam ainda luz verde”, resume o teólogo Paulo Suess, em entrevista por e-mail à IHU On-Line.

Quanto ao documento final, seus limites têm a ver com a própria natureza do processo de sinodalidade. “Quando não se resolvem as questões com autoritarismo ou nos moldes de um sistema democrático, mesmo funcionando bem, as decisões levam mais tempo. Podemos aprender isso com os povos indígenas que discutem noite adentro para conseguir um consenso em determinadas questões. E nas discussões da Igreja, depois de ter discutido noite adentro, ainda não podemos ver a estrela da manhã e da unidade que anunciaria o consenso”, pondera Suess. “Seguramente, a bandeira de uma Igreja pós-colonialinculturada em todas as dimensões sociais, culturais e pastorais, com rosto amazônico, defensora de todos os habitantes da região, uma Igreja missionáriamilitante e martirial está apontando para um longo caminho, para uma via-sacra com esperança pascal”, complementa.

A propósito, é justamente esse movimento de esperança que deve animar o trabalho pastoral da igreja católica junto às populações amazônicas, vilipendiadas de inúmeras formas e vulneráveis às mais variadas formas de extermínio. “Não temos o direito de privar os povos, em nome de uma lei humana, da celebração dessa esperança decisiva ou reduzi-la a uma mera doutrina catequética”, avalia o entrevistado.

Paulo Suess é doutor em Teologia Fundamental, fundador do curso de Pós-Graduação em Missiologia, na então Pontifícia Faculdade Nossa Senhora da Assunção, em São Paulo, assessor teológico do Conselho Indigenista Missionário - Cimi e professor em várias Faculdades de Teologia no ciclo de Pós-Graduação em Missiologia. Participou do Sínodo dos Bispos sobre Amazônia, como perito. Entre suas últimas publicações, destacamos Introdução à Teologia da Missão (Petrópolis: Vozes, 4a ed., 2015); Dicionário de Aparecida. 40 palavras-chave para uma leitura pastoral do Documento de Aparecida (São Paulo: Paulus, 2007); Dicionário da Evangelii gaudium (São Paulo: Paulus, 2015); Missão e misericórdia - A transformação missionária da Igreja segundo a Evangelii gaudium (São Paulo: Paulinas, 2017); e Dicionário da Laudato si’ – Sobriedade feliz (São Paulo: Paulus, 2017).

A entrevista é longa. Seria preciso várias páginas do jornal para transcrevê-la. Por isso, deixo um convite às/aos leitoras/es interessadas/os: acessem o link abaixo para ler a íntegra da entrevista; ela vem acompanhada de vários vídeos curtos, além de outros 38 artigos sobre o assunto no excelente site IHU Unisinos, a universidade dos Jesuítas sediada em São Leopoldo/RS.

Fonte web: http://www.ihu.unisinos.br/596326-a-bandeira-de-uma-igreja-pos-colonial-com-rosto-amazonico-esta-apontando-para-um-longo-caminho-para-uma-via-sacra-com-esperanca-pascal-entrevista-especial-com-paulo-suess

(*) Irmão Hugo Bruno Mombach é religioso lassalista desde 1966 e jornalista profissional (Reg.4065 DRT/RS).

Publicada no jornal “Tribuna Livre” de Santo Cristo/RS dia 10 de abril de 2020, sexta-feira santa da Paixão do Senhor.

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Irmão Hugo Bruno Mombach, FSC (*)

Presidência da CRB Nacional se pronuncia sobre o Coronavírus

No passado dia 19 de março, festa de São José, a Presidente e a Diretoria da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) enviaram uma carta aos cerca de 40 mil membros da entidade. Nela a presidente Irmã Maria Inês Vieira Ribeiro e seus seis colegas de Diretoria manifestam sua comunhão com todos os Irmãos e Irmãs consagrados/as nesse delicado momento que vivemos em todo o mundo. “Uma realidade tão abrangente, uma terrível pandemia que não deixou quase nenhum país fora”, sinalizam, para logo afirmar: “O imperativo inadiável de Maria nas Bodas de Caná – ‘Fazei tudo o que ele vos disser’ nos faz experimentar uma grande necessidade que nos leva à ação; ação que tem seu princípio e fundamento nos gestos e na voz de Jesus, a única voz capaz de mobilizar e transformar nossas mentalidades em atitudes humanizadoras”.

Aceitando a desmobilização e o confinamento para evitar que o Coronavírus se propague ainda mais, reconhecem: “É um momento difícil da nossa história, mas que pode nos permitir parar e escutar a voz eloquente do Senhor. Este apelo tem origem na escuta atenta da realidade, na dinâmica comunitária e plural de discernimento, na busca conjunta do bem comum, na oração silenciosa que nos ajuda a intuir o que Deus tem a dizer para a humanidade e para a Vida Consagrada nos dias de hoje”.

E lançam um alerta aos Religiosos e Religiosas do Brasil: “A pandemia que assola a humanidade nos recorda o quanto somos vulneráveis. Num tempo de acelerada tecnologia, essa pandemia foi capaz de desnortear todos os sistemas, modificar agendas, suspender compromissos e abreviar muitas vidas. Temos consciência de que a situação acelerará a crise em nosso país e afetará ainda mais os pobres, os desempregados, os inúmeros trabalhadores informais, cujo número cresce dia a dia”.

Em seguida apelam fortemente aos Religiosos brasileiros: “É hora de promovermos a fraternidade, pois somos um só corpo em Cristo, chamados a pensar nos que estão ao nosso redor e a cuidarmos uns dos outros. É um tempo que nos incentiva a crescer na fé, na misericórdia e no compromisso com a vida. Este tempo de reclusão e isolamento recomendado pelas autoridades sanitárias como meio de prevenção pode nos permitir repensar nossas ações”. E continuam: “As normas baixadas visam a proteção das pessoas. Certas restrições mexem com nossas relações e com nossa atuação. Mas tudo deve ser realizado com muita prudência e muito discernimento ao assimilar e repassar certas informações, tomando cuidado com notícias falsas que podem assustar e induzir ao pânico, causando ainda mais medo à população”.

No final da carta, a Presidente e a Diretoria da CRB comunicam a suspensão das atividades programadas pela entidade em nível nacional até julho, citando em particular o 3º Seminário da Vida Consagrada, previsto para os dias 13 a 16 de maio, no Santuário Nacional de Aparecida, sobre o tema “Mística e profecia para uma ecologia integral: provocação e esperança para a VRC”. E ainda recomendam que as Sedes Regionais, os Núcleos diocesanos e os Institutos religiosos reduzam as atividades presenciais, adotando o trabalho em casa de forma virtual para o atendimento diário, a fim de evitar a propagação do vírus.

Finalizando a carta, a diretoria da CRB conclama: “Façamos cada qual a nossa parte, com total responsabilidade, comprometendo-nos a unir-nos numa grande corrente de oração por todos, especialmente nossos irmãos e irmãs idosos/as, bem como os incansáveis profissionais da saúde”.

Fonte web: https://crbnacional.org.br/carta-da-presidente-e-diretoria-da-crb-nacional-sobre-a-atual-situacao-e-coronavirus/

Mensagem da presidente da CRB Nacional: https://www.facebook.com/CRBNACIONAL/

(*) Irmão Hugo Bruno Mombach é religioso lassalista e jornalista profissional (Reg.4065 DRT/RS).

Publicada no jornal “Tribuna Livre” de Santo Cristo/RS dia 03 de abril de 2020.

 Aprendendo sempre

Irmão Hugo Bruno Mombach, FSC (**)

Como vai nossa saúde emocional?

Todos os anos, a Arquidiocese do Rio de Janeiro organiza no Centro de Estudos do Sumaré um curso para os Bispos do Brasil. Na sua 29ª edição, o tema deste ano de 2020 foi “A dinâmica humana e espiritual da formação permanente dos presbíteros”, baseada na ‘Ratio Fundamentalis’, publicada dia 8 de dezembro de 2016 pela Congregação para o Clero, e na ‘Ratio Nacionalis’, aprovada pela Assembleia Geral dos Bispos do Brasil e publicada dia 12 de outubro de 2019 como Documento nº 110 da CNBB.

Neste ano de 2020, o curso contou com a presença de 119 participantes, sendo 66 arcebispos e bispos titulares de dioceses, bispos auxiliares e eméritos e vigários episcopais do Rio. Quatro conferencistas colaboraram na reflexão sobre os vários assuntos estudados pelos participantes. Entre eles uma mulher, a psicóloga Luciana Campos, professora no Seminário São José em Niterói/RJ e autora de vários livros sobre o assunto. Ela partilhou sua experiência no atendimento a sacerdotes de todo o Brasil, tratando do tema “Esgotamento existencial dos presbíteros: causas e pistas para ação das dioceses na prevenção e tratamento”.

“A Síndrome de Burnout é o esgotamento emocional, psíquico e laboral oriundo pelo excesso de trabalho. As pessoas em geral não imaginam que os sacerdotes são acometidos por esses problemas, por isso a importância de dar visibilidade à temática”, explicou. A psicóloga contou que procura ajudar os sacerdotes a serem menos centralizadores, aprenderem a delegar e confiarem nos outros, porque é impossível uma pessoa só dar conta de tudo. “Preparado para ser pastor 24 horas por dia, o sacerdote é sugado todo o tempo e se dá desmedidamente, até que começa a sentir os efeitos dessa doação desacerbada. Muitas vezes, ele começa a se sentir frustrado, irritado e perdido a ponto de se isolar, a ter crise de fé e de questionar a própria vocação”, revelou a psicóloga convidada.

Segundo Luciana Campos, a Síndrome de Burnout é uma doença silenciosa. E para não deixar que ela se instale, é preciso mudanças, ter uma agenda com horários específicos. “Precisa fazer parte da agenda momentos de descanso, lazer e, principalmente, de socialização. Se faz necessária a socialização com seus pares para discutir sobre problemas comuns e caminhos para o resgate da saúde emocional”, recomendou a psicóloga.

Segundo o arcebispo do Rio de Janeiro Dom Orani Tempesta, o sacerdote também tem suas necessidades e limitações. Às vezes acaba se irritando e ficando tenso com algumas situações que enfrenta. Daí a necessidade de alguém que compreenda e ajude o sacerdote a dar passos. “Só seremos perfeitos no céu. Enquanto estamos aqui, precisamos nos ajudar mutuamente. Por isso, a necessidade de rezar, compreender e acompanhar a vida e a missão do sacerdote. E neste aspecto, a comunidade paroquial pode ajudar a transformar a realidade”, disse o arcebispo carioca (*).

O dito acima para padres e bispos se aplica a qualquer pessoa, independente da profissão que exerça. Além da saúde corporal, cada pessoa precisa cuidar também da saúde mental e espiritual. Essa tal de “Síndrome de Burnout” se apresenta muitas vezes de forma escamoteada, escondida, “silenciosa” (nas palavras da psicóloga Luciana Campos). Parece ser louvável a pessoa se dedicar com coragem e decisão e todo o tempo ao seu trabalho. Mas quando a gente se esquece do necessário descanso e lazer, o corpo e a mente vão reclamar. Os sintomas e/ou consequências vão aparecer na forma de frustração, irritabilidade, isolamento e até crises de fé. Se você chegar a perceber isso, está na hora de prestar atenção! E mais: buscar cuidados, ajuda médica ou até orientação psicológica. Pessoas que consultam psicólogos ou até psiquiatras não significa que estão loucas. É para não chegar a tanto!

(*) Fonte web: https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2020-02/curso-dos-bispos.html?utm_source=newsletter&utm_medium=email&utm_campaign=NewsletterVN-PT

(**) Irmão Hugo Bruno Mombach é religioso lassalista desde 11/02/1966 e jornalista profissional (Reg.4065 DRT/RS).

Publicada no jornal “Tribuna Livre” de Santo Cristo/RS dia 27 de março de 2020.