Aprendendo sempre
Irmão Hugo Bruno Mombach, FSC (*)
“Fake news” e Vocação
Desde meados de março, quando iniciou o “distanciamento social” imposto pelo
Coronavírus, nossas instituições lassalistas continuam trabalhando ativamente,
mas de uma forma bem diferente. Equipes diretivas, comissões, servidores,
professores, alunos e suas famílias realizam seu trabalho de forma virtual em suas casas, usando as
novas tecnologias do mundo digital.
No final de março, a Comissão de Pastoral
Vocacional da Província La Salle Brasil-Chile deu início a uma iniciativa já
pensada no ano passado, mas ainda não levada à prática. É a chamada “Roda de Conversa” sobre um tema
vocacional, voltada
para vocacionados, familiares, Colaboradores, Irmãos, formandos e pessoas interessadas.
Assim, desde dia 27 de março realizamos todas as sextas-feiras, às 16h (horário
de Brasília), as “Rodas de Conversa”
virtuais por meio do aplicativo “Google Meet” (vídeo-chamada).
Nessa “Roda de Conversa”, após breve oração
inicial, uma pessoa convidada faz uma introdução de uns 10 minutos sobre o tema
indicado. No final da sua fala, lança algumas questões motivadoras e a pessoa
que coordena abre para a conversa (partilhas, comentários e esclarecimentos). Na
reunião virtual do dia 8 de maio coube a mim falar do tema “Fake news e Vocação”. Na minha coluna de
hoje partilho com os leitores apenas o que apresentei sobre as “fake news”.
Mentira e corrupção são
vícios antigos
Na
minha fala mencionei a citação do evangelho que lemos todos os anos na
segunda-feira da Páscoa, de Mt 28, 11-15. Mateus relata a “corrupção dos
guardas do sepulcro” para livrá-los dum possível castigo por parte das
autoridades do império romano por terem dormido durante a noite em vez de
vigiar a sepultura de Jesus. “Os soldados pegaram o dinheiro e agiram de acordo com as instruções
recebidas. E assim o boato se espalhou entre os judeus até os dias de hoje” (v. 15). Nessa passagem podemos observar que comportamentos antiéticos
como mentira, corrupção, boatos e fofocas são práticas muito antigas. No
entanto, com o advento da Internet, e mais recentemente das redes sociais, as
inverdades assumiram proporções fora do comum e quase sem controle.
Como nós educadores lassalistas
precisamos lidar com isso?
Acredito que faz
parte da nossa missão educativa ajudar nossos educandos e suas famílias a
entender o que são as “fake news”,
como funcionam e como identificá-las. Isso para não cairmos na “arapuca” de
repassá-las a nossos contatos pelas redes sociais até sem querer. Eu já caí várias
vezes nessa “armadilha”, porque algumas delas são difíceis de identificar ou desconfiar
que balelas.
Como identificar fake news? Quais suas
características? E como checá-las?
Nos tempos que
correm as “fake news” se disseminam
com grande velocidade pelas redes sociais. Mas é também na Internet que podemos
encontrar os caminhos para identificar se são fatos reais ou montagens. O criador
e editor do site Boatos.org, Edgard
Matsuki, identifica cinco principais características das “fake news”: são vagas (não respondem
as perguntas quem, o que, quando, onde, como e por quê?), são alarmistas, contém erros de português, podem ser textos
apócrifos atribuídos a pessoas famosas (como Alexandre
Garcia, padre Fábio de Melo, Mário Sérgio Cortella, algum juiz ou promotor de
justiça) e não citam
fontes confiáveis.
Nos últimos 10
anos surgiram diversos sites de checagem de “fake news”, aos quais podemos e devemos recorrer antes de repassar
para nossos contatos. Cito alguns, pela ordem como os descobri, a maioria deles
com perfil no Facebook, Twitter, YouTube, Instagram e WhatsApp:
E-Farsas,
criado em abril de 2002: www.e-farsas.com
Boatos,
criado em junho de 2013 por Edgard Matsuki: www.boatos.org
Canal Tech: https://canaltech.com.br/canaltech/fake-news-como-voce-lida-com-este-fenomeno-120210/
Pública,
Agência de Jornalismo Investigativo: https://apublica.org/
Agência Lupa: https://www.facebook.com/LupaNews/
Com o
surgimento do Coronavírus, a Agência Lupa, ligada ao jornal Folha de São Paulo,
está lançando “newsletter” especial
diária para desmentir boatos sobre a pandemia surgida no final de dezembro
passado na China. Interessados, vejam no link: https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2020/03/23/newsletter-boatos-coronavirus/?fbclid=IwAR0iSOn9U6OB0ggUEnTah18C43vvupv_cLaez_gwy7G1gL2a1EErcGxMhhY
A mesma agência criou há três anos o “LupaEducação”, um programa para capacitar qualquer pessoa em técnicas
de checagem: https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2017/03/28/lupa-educacao/
(*)
Irmão Hugo Bruno Mombach é religioso
lassalista desde 1966 e
jornalista profissional (Reg.4065 DRT/RS).
Publicada no jornal “Tribuna Livre” de Santo Cristo/RS
dia 08 de maio de 2020.
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