quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

boletim n. 48 - última edição

Comunicando de Moçambique / 48
Porto Alegre, aos 31 de Dezembro de 2009.
Olá, estimados Irmãos, familiares, amigas e amigos em Moçambique, no Brasil e alhures!
Mesmo escrevendo de Porto Alegre, conservo o título ‘Comunicando de Moçambique’. Este é o último boletim da série iniciada há três anos, na Missão de Mangunde. Nesta última edição apresento breve relato e impressões da minha viagem de volta da Beira a Porto Alegre, via Johanesburgo e São Paulo. Viajei na companhia da Irmã Catarina Zagonel, das Salvatorianas de Chimoio; de São Paulo ela viajou a Florianópolis e Lajes, para um período de três meses de férias no Brasil, tempo que vai aproveitar para visitar seus familiares e participar de alguns cursos e encontros com suas coirmãs brasileiras; em abril do próximo ano ela voltará a Moçambique para mais três anos de trabalho missionário em Messika.

Viagem ou deslocamento?

Durante a longa travessia do Oceano Atlântico, aproveitei para terminar a leitura do excelente livro de Mia Couto intitulado “... e se deus fosse moçambicano e outras interinvenções”. Num dos 17 capítulos do livro, o escritor moçambicano nascido na Beira faz uma análise da grande diferença entre as viagens de antigamente e as de hoje, em modernos e rápidos aviões. E pude comprovar que nos dias de hoje mais nos deslocamos muito rapidamente de um país a outro mais distante sem fazer a bela experiência de encontrar e interagir com pessoas ao longo do caminho... Na verdade, não foi bem uma viagem o que fizemos.

Da Beira a Porto Alegre, via JNB e SP

Nosso deslocamento da Beira a Johanesburgo e dali a São Paulo correu bem, afora a retenção das minhas duas malas na Beira, por excesso de peso. No aeroporto da Beira nos despedimos pelas 13h30 dos Irmãos Ivo Pavan e Venâncio Malôa e de dona Maria Quitéria Nhangara (responsável dos Recursos Humanos da Escola João 23), e embarcamos no avião da Airlink da SAA às 14h30, como programado.
Em Johanesburgo pernoitamos na Dove's Nest Guest House, uma pousada muito aprazível e barata... Pelo quarto com duas camas, mais o café da manhã e a busca e volta ao aeroporto pagamos apenas 81 dólares americanos. Na manhã de segunda-feira, dia 28, levantamos às 6h, e meia hora depois o pessoal da casa serviu o 'breakfast' e nos levou de volta ao aeroporto, com ouros 3 outros hóspedes... Chegados ao aeroporto, compramos algumas lembranças para levar a nossos familiares e amigos no Brasil e esperamos pacientemente a hora do embarque, que começou às 9h40...
O céu estava nublado e chuviscando quando o avião levantou voo rumo a SP, pelas 10h20... Dali para frente foram 9 horas de exercício de paciência e aperto. Nossa ‘caixinha voadora’ tinha 8 filas de bancos bem perto uns dos outros. Irmã Catarina na fila 46C e eu na 46K... Ao meu lado uma bela rapariga brasileira que voltava da China, e do lado e na frente dela alguns senhores e jovens brasileiros bem divertidos, que passaram quase todo o percurso conversando e brincando... Depois que os comissários e comissárias serviram o almoço, aproveitei para diminuir o atraso no meu sono. E no tempo restante da viagem adiantei a leitura do citado livro do Mia Couto.
Uns 10 minutos antes da aterrissagem no aeroporto internacional de Guarulhos o avião balançou bastante pra conseguir ‘furar’ as nuvens... Ao nosso lado, um menino espanhol, muito alegre e falador ao longo de toda a viagem, passou mal, e só não vomitou porque seu jovem pai massageou a barriga dele até o avião tocar o solo, para alívio do menino e de todos nós demais passageiros!
Na esteira do aeroporto de Guarulhos a irmã Catarina conseguiu logo retirar suas duas malinhas e embarcar na TAM rumo a Florianópolis às 18 horas. O meu voo saiu às 19h50 rumo a POA, aonde cheguei às 21h15... Logo apanhei taxi até a sede provincial La Salle e me dirigi até a Casa Nossa Senhora da Estrela, onde fui acolhido pelo irmão José Rovani e pelos enfermeiros Pedro e Inês. Após um rápido banho fui deitar, pois já estava quase a cair de sono... no horário moçambicano já passava da 1h da madrugada...

Já em Porto Alegre

Na terça-feira de manhã acordei já antes das 5 horas. Pelas 5h15 me levantei e fui à busca de um computador para acessar a net, quando topei com a mensagem do irmão Ivo contando das peripécias da dona Quitéria e do irmão Venâncio para conseguirem embarcar a 'carga' das minhas duas malas que não consegui embarcar no aeroporto da Beira. Na verdade, foi uma baita bobeada minha, pois podia ter separado melhor meus pertences e ter deixado alguns livros e artesanato em pau preto. Agora vou ter que esperar não sei até quando até chegar todo esse material aqui em Porto Alegre...
Aqui na casa de saúde onde vou ficar hospedado por umas duas semanas, quase todos os quartos estão ocupados... e a capela sempre cheia na hora das rezas, assim como também o refeitório! Três irmãos (Arnaldo Isidoro, Beno Bonemberger e Edwin Wickert) ficam sempre nos seus quartos porque já não conseguem caminhar. Estão hospitalizados os irmãos Pedro Ruedell e Ludovico Celant... Na casa se encontram os irmãos Albano Schuster (sempre ativo e mexendo com algum trabalho enquanto espera para ir a Carazinho), Pedro Bohnenberger (mano do Beno), Raymundo Zandomeneghi, Eugênio Fossá (está quase sem conseguir falar, em consequência dum derrame que teve há mais de um mês atrás em Canoas durante a missa), Wendelino Bonfleuer, Alfredo Werlang (o decano da província está a recuperar-se do braço esquerdo quebrado há mais de mês), Victorio Celant, Isidoro Salami, Waldemar Wollmann, Olindo Mueller (o Bonifácio, vindo na segunda de noite com o irmão Jardelino de Criúva, onde teve uma queda durante o 2º dia do retiro, com ameaça de costela quebrada; irmão Jardelino voltou a Criúva terça à tardinha) e Alberto Arlindo Flach (o Albano, da Província Lassalista de São Paulo).
Ontem de tarde acompanhei o irmão Rovani num rápido passeio à Quinta São José, em Nova Santa Rita, onde jogamos uma canastra com os irmãos Olírio Bertuol e Valdir Zoletti. Nesta manhã recebi a agradável visita da amiga de longos anos irmã Zélia Camatti, das Irmãs de São José. E de tarde fui de novo junto com os irmãos Rovani e Alfredo Werlang até a casa do Noviciado, no bairro Santo Antônio, onde encontramos os irmãos Silésio Follmann e Paulo Dullius, além de dois irmãos chilenos que vieram participar da escola de formadores, nos primeiros dias de janeiro, no Morro do Coco.

Boas saídas e boas entradas!

E assim, com alegria e a certeza de ‘missão cumprida’, concluo esta série de ‘crônicas / reportagens’ sobre a minha segunda estada e atuação na Missão Lassalista de Moçambique. Para mim foram três anos de muitas alegrias, também alguns dissabores e grandes e belas aprendizagens!
Os fogos anunciam a chegada do Ano Novo de 2010. É hora de refazer os sonhos não realizados e acreditar que será possível concretizá-los; aprender com os erros do ano já ido e brindar o ano que vem vindo com um sorriso; correr ao encontro do amor não perdido ou surpreender mais uma vez o amor já conquistado. A todas/os amigas/os um ano repleto de luz, paz, esperança e prosperidade!

Irmão Hugo Bruno Mombach, FSC
Jornalista: Reg. 4065 DRT-RS / E-mail pessoal: hbmom47@gmail.com

Um comentário:

José Heber de Souza Aguiar disse...

Então, meu Irmão, já por estas terras ? Excelente retorno. Ótimo trabalho na nova missão.** Deixo aqui o endereço do novo blog que criei com a intenção de pôr textos e imagens do trabalho de Animação Pastoral que realizarei com o Ir. Henrique em Estrela e Região: http://lasallebr.blogspot.com/ O título do Blog é "Lasalleando". Adicionei lá o link para o "Aprendendo Sempre". Até mais! José Heber