quinta-feira, 30 de julho de 2009

A marca espiritual de Taizé

Igreja da Reconciliação é palco das três orações diárias
Quarta-Feira, 29 de Julho de 2009
A igreja da Reconciliação é o lugar central na comunidade ecumênica de Taizé, na França. Uma centralidade física e espiritual marcada pelas três orações diárias que indicam que o centro é Deus e o importante é dar-lhe lugar, ouvi-lo nos cânticos e no silêncio.
O espaço dedicado à igreja, que começou pequeno e foi sendo aumentado, primeiro com tendas, e depois, “perante a evidência de cada vez mais pessoas nos procurarem no Verão e na Páscoa, os irmãos não hesitaram em deitar abaixo paredes, algumas com vitrais, para aumentar o espaço”, explica o Irmão David à Agência ECCLESIA, acrescentando que o importante são as pessoas e o fato de “elas se sentirem acolhidas e bem”. A igreja da Reconciliação foi construída em 1962 e ampliada em 1991 e 1997.
É neste espaço de simplicidade que cada pessoa se encontra. É isso que procuram as quase 4 mil pessoas em Taizé. É isso que é característico.
Meia hora antes do início da oração da noite já o espaço se enche. Os voluntários de longa duração e as pessoas em retiro de silêncio têm lugar reservado logo atrás dos irmãos que, com o seu lugar marcado, crescem desde a cruz até à assembleia, separados apenas por pequenos canteiros de flores.
O espaço vai-se enchendo, as paredes vão desaparecendo para que seja uma única sala grande a rezar em comunidade. A música de fundo acolhe quem chega. Dentro e fora da igreja estão voluntários com a palavra «silêncio», recordando que este é um lugar de oração.
Diariamente é celebrada Eucaristia às 7h30, celebração onde se consagram as hóstias e o vinho que será dado em comunhão na primeira oração do dia, às 8h15. No fundo da igreja há também um cesto com pão benzido para que qualquer cristão, que não católico, possa partilhar da comunhão.
Os sinos tocam, mas apenas para indicar a hora porque a igreja está cheia.
A oração decorre e a luz entra pelas janelas e pelos vitrais lembrando que se pertence a algo maior, algo mais completo, algo misterioso mas que confirma a fé.
Ali se escuta, se conversa, se discute com Deus. É no silêncio, procurando ouvir e perceber, que se cria lugar para rezar. Ali ninguém foge do confronto consigo e com Deus.
Os cânticos soam a uma só voz. O ‘aleluia’, cantado em uníssono, enche a igreja e a alma. A música apenas acompanha, porque são as vozes que sobressaem.
No final da oração, o Irmão Alois sai acompanhado das crianças que o rodeiam na oração. Os irmãos põem a cruz no centro e alguns voluntários deslocam-se até aí para continuar a rezar.
Os cânticos continuam e os irmãos regressam para falar com alguém que a eles se dirige ou para celebrar a reconciliação num ambiente de serenidade e de luz.
Também o Irmão Roger ficava a contar histórias ou a responder a perguntas a alguém, mesmo que estivesse uma fila para falar com ele. “O sorriso dele era luminoso”, conta uma jovem.
A disponibilidade e a proximidade é a marca que envolve e convida a voltar.
Fonte: Agência Ecclesia
Esse é mais um sinal evidente da volta busca pela espiritualidade presente no ser humano nesse início do século 21! E mais uma vez atesta a convicção de santo Agostinho quando dizia: "Meu coração anda inquieto enquanto não repousar em vós, Senhor" (citado de memória)!

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