terça-feira, 21 de abril de 2009

na edição especial do jornal "Tribuna Livre" de Santo Cristo

Hoje, dia 21 de abril, feriado de Tiradentes no Brasil, termina em Santo Cristo, minha terra natal, a 9ª Expoagro. O jornal semanal "Tribuna Livre" me pediu para escrever nessa edição especial sobre a minha experiência missionária em Moçambique. Segue abaixo o artigo enviado e publicado pelo semanário.
Experiência educativa e missonária lassalista em Moçambique
Irmão Hugo Bruno Mombach, fsc – Cidade da Beira, 05 de abril de 2009.
É a segunda vez que estou a trabalhar como missionário em Moçambique, um país da região austral (sul) de África. É uma das 5 nações africanas que foi colônia portuguesa a conseguiu sua independência em 1975, após 10 anos de guerra, seguida de mais 16 anos de guerra civil. As tristes consequências dessa guerra fratricida ainda vão ser sentidas por muitos anos, sobretudo nas áreas de infra-estrutura, saúde, educação, religiosa, social, política e econômica.
Os Irmãos Lassalistas do Brasil estão em Moçambique desde janeiro de 1992, em resposta ao convite insistente de dom Jaime Pedro Gonçalves, 1º bispo moçambicano, arcebispo da Beira e um dos principais mediadores dos acordos de paz de 1992. Os Irmãos assumiram então a direção pedagógica e adminis-trativa da Escola João 23, a maior escola particular do país. Atualmente, após já 18 anos de atuação lassalista, ela conta com mais de 2.500 alunos, da 1ª à 12ª Classes, com cerca de 90 professores.
Na 1ª estada trabalhei na Cidade da Beira, por 5 anos (de 1996 ao final do ano 2000), como professor na Escola João 23 e assessor dos jovens e vocacionados na paróquia São Benedito da Manga, pertencentes à Arquidiocese da Beira. No ano de 1999 atuei por 10 meses na Missão Santo António de Barada, como professor e diretor do 1º grupo de 3 Irmãos Lassalistas moçambicanos na sua fase do Juniorado. Na 2ª vez, em 2007, fui destacado para trabalhar junto à Missão de Mangunde; ela dista uns 300 km da Beira, com escola, internato masculino e feminino, centro de saúde, hospital dia para tratamento de soropositivos; junto comigo estavam mais dois Irmãos jovens (um deles moçambicano) e um jovem voluntário leigo de 18 anos, que ajudava na agrope-cuária da Missão. Em fevereiro de 2008 voltei para Beira, onde ajudo na formação de alguns jovens postulantes e na secretaria da Escola João 23.
Atualmente somos 10 Irmãos atuando em duas escolas em Moçambique (Beira e Mangunde), sendo 5 brasileiros e 5 moçambicanos. Pelo seu trabalho educativo sério e de qualidade, os Irmãos gozam da confiança dos professores, alunos e pais, bem como das autoridades religiosas e políticas do país.

Quem sou: Sou religioso lassalista desde 11 de fevereiro de 1966, nascido há pouco mais de 60 anos no atual município de Alecrim, RS (na época Santa Inês pertencia ao município de Santa Rosa e paróquia de Santo Cristo). Sou profes-sor desde 1969, quando iniciei a dar aulas no Colégio Medianeira e Escola Normal Rural La Salle de Cerro Largo. Em dezembro de 1976 me formei em Jornalismo pela PUC-RS, em Porto Alegre. Desde 1985 atuo na Pastoral Vocacional. Em 1996 fui trabalhar como missionário em Moçambique, onde fiquei até o final do ano 2000. Em 2001-02 atuei em Zé Doca, no Maranhão, e de 2003 até fins de 2006 de novo em Cerro Largo (pela 4ª vez), onde fui diretor da comunidade dos Irmãos e animador vocacional. Desde janeiro de 2007 estou de volta a Moçambique, onde pretendo ficar até fins deste ano de 2009, se Deus me der saúde!...

Como cheguei a ser Irmão: Quando cursava o 4º e 5º ano primário na então EM Santa Inês, conheci o irmão Felipe Geraldo (Alfredo Werlang), que me convidou para ser religioso lassalista como ele. Atualmente o irmão Alfredinho, como é carinhosamente chamado, com 95 anos de idade e muito lúcido, faz parte da comunidade do Noviciado La Salle em Porto Alegre. Aos 13 anos incompletos, ingressei no Juvenato La Salle Fátima de Carazinho. Ali repeti o 5º ano primário, também chamado de curso de admissão ao Ginásio, e cursei a 1ª e 2ª série ginasial. A 3ª e 4ª ginasial já foram em Canoas, no Juvenato São José. Dia 10 de fevereiro de 1965 tomei o hábito lassalista com mais 29 colegas postulantes, e um ano depois emiti os votos religiosos com outros 19 colegas que ficamos até o final do noviciado. E em janeiro de 1975, na Cidade do México, emiti os votos perpétuos na congregação.

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