domingo, 18 de outubro de 2009

Aprendendo com as diferentes experiências da vida

Por que hoje é segunda-feira
Descrever um estado emocional ou a essência de uma vivência é mais fácil através da poesia do que do discurso científico. É difícil descrever cientificamente a saúde mental, mas dizem que Fernando Pessoa (*) fez isso magnificamente neste pequeno poema:
“Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que a minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um “não”. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo…”.
[Este trecho geralmente é atribuído a Fernando Pessoa, mas não é dele. Creio que até pode ser de Augusto Cury, mas não é de Fernando Pessoa.]
A possibilidade de podermos aprender com as diferentes experiências que vamos tendo ao longo da nossa vida, boas e más, é uma das componentes principais da saúde mental. Ser capaz de construir uma identidade própria, segura e diferenciada é uma das aquisições mais importantes do processo psicoterapêutico. Uma outra é aumentar significativamente a nossa capacidade para tolerarmos a frustração e o sofrimento inerente à própria vida. Não significa ficarmos tolerantes com o sofrimento, mas sermos capazes de lidar com ele transformando-o em algo que aumenta a nossa resistência e a nossa capacidade para sermos felizes, como diz Fernando Pessoa:
De tudo só ficam três coisas:
A certeza de que estamos sempre começando.
A certeza de que é preciso continuar.
A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar.
Portanto devemos fazer:
Da interrupção um novo caminho.
Da queda, um passo de dança.
Do medo, uma escada.
Do sonho, uma ponte.
Da procura, um encontro.

(Fernando Pessoa)

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